sábado, 22 de março de 2014

     14/ 02/ 2014, 17:15, sexta - feira. Hoje foi um dia muito bom e confortável pra mim, porque tive pela graça de Deus , ontem, a visita maravilhosa da minha amada esposa e também hoje vou me entregar à Deus verdadeiramente no culto de libertação. Agora vou me alimentar, acabou de chegar as "brilhosas". Vou ser outra Criatura de Deus à partir de hoje. Amém!
     15/ 02/ 2014, 07:32, sábado. Acordei mais cedo hoje e já estou de banho tomado e dentes escovados. Preparei uma porção de sabão em pó para deixar minhas cuecas de molho. Dobrei meus joelhos e orei ao Senhor Jesus para que Ele leve as minhas orações à Deus.
     17/ 02/ 2014, 09:10, segunda - feira. Hoje acordei mais cedo, Tomei banho, escovei os dentes, logo após "circulou o coletivo" onde rola aquele papo de bandido. Em "circular" sempre sai um certo e outro errado, mas, esse papo não deu em nada e ninguém foi punido. Graças à Deus o coletivo está em paz. Voltando ao domingo ( 16/02/2014), praticamente sem comentário, porque dormi o dia todo. Só levantei pra assistir o meu Mengão "dá um pau" no vasquinho por 2x1 no Maraca. Depois voltei pra minha comarca e fiquei refletindo em Deus e na minha família. Fiquei triste porque não fui ao culto, mas hoje (segunda - feira) tem culto às 10:00 e eu vou.
Muita concentração no meu interrogatório de quarta - feira (19/02/2014). Tudo está nas mãos de Deus e Nele eu confio. 17:25, acabou o dia e já está começando a noite, eu estou na maior "cerebral" devido a minha audiência. Já fizeram o confere da cadeia e agora só falta o lanche e a "brilhosa". Às 19:00 tem o brado, que é muito importante na cadeia, logo após vou orar à Deus e depois do banho tomar um Levosine de 25 pra acabar mais um dia nesse lugar.
       18/ 02/ 2014, 14:30, terça - feira. Peguei meu diário nesse exato momento, véspera do meu julgamento. Até agora ainda estou na cela, talvez me chamem só amanhã pro cautelamento para seguir viagem até o Fórum de Nova Friburgo RJ. Eu estava muito ansioso, mas, depois de uma forte corrente de oração com os irmãos e minhas orações individuais, Deus me confortou. Ainda estou na expectativa, mas tomara que só me chamem amanhã na hora do café, assim o massacre é menor. QUANDO SE ESTÁ SOB A CAUTELA DA SOE É MUITO, MAS MUITO MASSACRE MESMO!  É COMO SE FOSSE UM CATIVEIRO SOBRE RODAS OU COMO OS ANTIGOS NAVIOS NEGREIROS. SÓ ESTANDO COM DEUS MESMO PARA QUE TODOS CHEGUEM VIVOS NOS SEUS DESTINOS.

quinta-feira, 20 de março de 2014

  Promotor militar aceita soltar PMs de carro, que arrastou mulher, diz defesa.





De acordo com Marcos Espínola, apesar de o Ministério Público ter concordado com o pedido de liberdade, os três policiais ainda deverão ser processados. A Justiça ainda vai decidir se os acusados responderão em liberdade. "Eles transportaram uma pessoa ferida em um compartimento de preso. Eles descumpriram uma regra militar. A pena em caso de condenação é de um ano. Mesmo que sejam condenados, não serão presos. Eles têm direito de responder em liberdade", disse o advogado.
  

    " Será que os policiais estavam mesmo tentando socorre - la ou mudar a cena do crime? Pois 
se ela já estava morta, o que não seria nada difícil para um PM diagnosticar, não seria o caso de o corpo permanecer no local do crime até que um perito chegue? E se estava realmente ferida, o porta - malas não é o lugar mais adequado para se transportar uma pessoa necessitando de cuidados. Penso que se fosse a mãe, irmã tia ou qualquer ente queridos dos policiais e do Promotor, o ferido seria carregado no colo! Local de crime não pode ter a cena desfeita!
    Esses policiais devem sim esperarem pelo julgamento presos até o final das investigações, visto que soltos, podem ocorrer represálias à família da vítima. Como já salientado há provas da materialidade e indícios de autoria quanto aos acusados. Justiça tem que ser feita, e se ao final, ficar provada inocência dos policiais por esse crime, mesmo que eles sejam inocentes, memso assim eles continuariam presos, pois, os dois tem uma ficha bem " suja " , e as outras mortes que eles carregam nas " costas " teriam que ser investigados também!!!  "

                        Visão de um interno.

terça-feira, 18 de março de 2014

   

'O preso não sai recuperado daqui', diz Barbosa sobre o Presídio Central

Presidente do STF participou de vistoria no maior presídio do RS.
Visita do ministro faz parte das atividades de mutirão carcerário do CNJ.  


    O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Joaquim Barbosa, disse que os presos que cumprem pena no Presídio Central dePorto Alegre vivem em "condições subumanas". O ministro participou de uma vistoria na tarde desta segunda-feira (17) na maior presídio do Rio Grande do Sul, também considerado um dos piores do país.
"Com certeza o preso não sai recuperado daqui. Ele muito provavelmente, em alguns casos, sai daqui muito pior do que entrou, enraivecido e brutalizado", disse Joaquim Barbosa, em entrevista coletiva.
 "Não há para mim nada de novo aqui. As condições que eu pude ver são as mesmas que encontramos em todo o país. Esse presídio segue o mesmo padrão do que não deveria ocorrer. A dignidade das pessoas encarceradas foi aniquilada e colocada totalmente de lado. Condições de vida como estas que temos aqui são a prova da falta de civilidade nacional", declarou Barbosa.
   

  "é mesmo pra se discutir esse assunto, mas falo por mim, que pude, infelizmente, ver de perto como é a vida dentro de um presídio, mas falo por experiência própria que preso nenhum sai recuperado de uma casa de custódia ou presídio. Precisamos ter leis mais duras para que o " elemento" permaneça preso em presídios com trabalho forçado para uma " terapia de dignidade". Só assim se ressocializa um réu primário. Já para um reincidente, a lei deveria ser ainda mais dura, pois vi casos de presos que já estavam na sua 5° passagem. Aí é "foda" ! Fica impossível qualquer tipo de defesa ou ressocialização pra um "tipo" desse."
                                          Visão de um interno.

segunda-feira, 17 de março de 2014

Começa nesta segunda-feira 4ª etapa do júri do massacre do Carandiru

Dez réus serão julgados por mortes no 5º andar do Pavilhão 9; 2 morreram.
Em outubro de 1992, 111 detentos foram mortos em ação da Polícia Militar.


Começam a ser julgados a partir das 9h desta segunda-feira (17) mais dez policiais e ex-policiais militares envolvidos no episódio que ficou conhecido como massacre do Carandiru, que resultou na morte de 111 detentos do presídio da Zona Norte de São Paulo, em 2 de outubro de 1992. No total, 12 policiais haviam sido apontados como responsáveis pelas mortes, mas dois já morreram.






Outras duas etapas do julgamento do massacre do Carandiru já foram realizados, com condenação de parte dos réus. No primeiro, em 21 abril do ano passado, 23 policiais militares foram condenados pela morte de 13 presos. A pena foi de 156 anos de prisão para cada um, mas eles recorrem em liberdade. Três dos 26 réus que eram julgados foram absolvidos. A sentença foi lida pelo juiz José Augusto Nardy Marzagão, que presidia o júri.


A HISTÓRIA

Às 16h20 de 2 de outubro de 1992, uma sexta-feira, 341 policiais da Tropa de Choque de São Paulo receberam ordens para invadir o Pavilhão 9 da Casa de Detenção, no Complexo do Carandiru. Os soldados deveriam conter uma rebelião dos presos. Vinte minutos após a invasão, a PM abandonou o local. Na ação, mais de 100 presos foram mortos. O fato ficou conhecido como Massacre do Carandiru e entrou para a história como a mais violenta ação dentro de uma penitenciária brasileira. 
A briga entre dois detentos na tarde de 2 de outubro de 1992, uma sexta-feira, foi o estopim da maior tragédia carcerária da história nacional. 
A briga
Por volta das 14h daquele 2 de outubro, dois presos de gangues diferentes discutiram e se agrediram na área externa do pavilhão 9. A briga logo se espalhou e chamou a atenção dos agentes penitenciários, que tentaram, em vão, controlar os rebelados. O alarme foi acionado e a PM, chamada.



Tragédia do Carandiru inspirou livros, músicas e filmes:


Paraíso Carandiru, de Sidney Salles
A autobiografia do ex-presidiário Sidney Salles conta como ele vivenciou o massacre, voltou para o crime após ser solto e conseguiu se livrar do vício no crack com a ajuda de uma missionária. Hoje, ele coordena um instituto para reabilitação e desintoxicação de jovens em Jundiaí, em São Paulo.

Estação Carandiru, de Drauzio VarellaLivro narra o convívio entre o médico Drauzio Varella e os presos durante dez anos de atendimento voluntário no Carandiru. Conta a história de presos com quem manteve contato, a rotina deles, os dramas vividos e as crueldades cometidas no presídio. Destaque para a narração, conforme a versão dos detentos, do dia 2 de outubro de 1992, quando a PM invadiu o pavilhão 9 e matou mais de 100 presos. Obra foi vencedora do Prêmio Jabuti 2000.


Carcereiros, de Drauzio Varella
Após narrar o cotidiano dos presos, Varella conta a vida dos agentes penitenciários, as dificuldades enfrentadas no trabalho e as consequências dele nos relacionamentos com amigos e parentes. O livro começa com a narrativa de como um carcereiro experiente impediu que a rebelião no pavilhão 9 ultrapassasse o muro e contagiasse os presos do pavilhão 8 do Carandiru. O agente também conseguiu fazer com que a PM não entrasse no oito naquele 2 de outubro de 1992.

Sobrevivendo no Inferno, dos Racionais MC'sLançado em 1997, o CD Sobrevivendo no Inferno vendeu mais de 1 milhão de cópias e traz a faixa "Diário de um detento". Co-escrita por Josemir Prado, o Jocenir, um ex-detento do Carandiru, a música conta os dias que antecederam e o próprio momento do massacre.





   12/ 02/ 2014, 16:48, quarta - feira. Dia da estréia do meu Mengão na Libertadores da América. Hoje a cadeia fica maluca. "Peita" o Mengão!!!!
Meu dia hoje foi normal. Até a água foi normal, aliás, foi além do normal a nossa água, muito estranho esse papo... falaram que estava em falta de água na cadeia e só via pipas de abastecimento entrando e saindo do presídio, e a nossa água, nada. Já não sei se as pipas estavam abastecendo ou retirando a água para outros interesses. Hoje também estou ansioso porque amanhã é dia de visita e minha esposa deve vir, talvez ela troque a folga para outro dia. Mais tarde, às 19:00, tem o nosso brado e logo após tem o nosso culto. Eu vou estar lá, hoje é o culto da família, muitas vibrações positivas em nome de Jesus. Amém!
  

terça-feira, 11 de março de 2014

  11/ 02/ 2014, 13:23, terça - feira. Acabei de almoçar, minto, almoçar não. Só deu pra comer 3 colheres de arroz porque hoje tava sinistro. Arroz crú e muito pouco, muita farinha seca e duas mini salsicha verdes e gosmentas. Não desceu! Além disso, continua o problema com a falta de água na cadeia, desde às 17:09 de ontem que não cai água. Só massacre. Vou falar um pouco de mim agora, mais cedo levantei,orei com os irmãos em Cristo. Logo após tomei meu café com leite e pão, depois pedo meu vizinho de comarca que corta cabelo pra passar a máquina zero e em seguida fui até o "boi" e passei o  meu barbeador na cabeça. Fiquei carecão! Até então tudo normal, mas aí me chega um amigo interno da mesma cela e me fala que eu não sou mais irmão da igreja, que agora eu sou o monge da igreja. Rsrsrs, ri muito. Esses caras são foda, não deixam passar nada "batido".
Graças à Deus a água começou a cair (16:40), isso porque veio no presídio gente do alto escalão por meio de denúncia feita pela Defensoria Pública...
   

domingo, 9 de março de 2014




Comissão especial aprova contratação de defensores públicos em todos os estados

  A proposta fixa prazo de oito anos para o cumprimento efetivo da exigência.
Por unanimidade, a comissão especial aprovou a proposta de emenda à Constituição (PEC 247/13) que exige que a União e os estados garantam a presença de defensores públicos em todas as seções da Justiça federal e em fóruns da Justiça estadual.
De autoria do deputado Mauro Benevides (PMDB-CE), a proposta fixa prazo de oito anos para o cumprimento efetivo desta norma. Enquanto isso, os defensores que forem contratados deverão preencher, prioritariamente, as vagas nas regiões com maiores índices de exclusão social e concentração populacional.
O defensor público é um advogado contratado, via concurso público, pela União ou pelos estados para prestar assistência jurídica integral e gratuita a quem não pode pagar pelos serviços de advocacia. Têm garantia de atendimento pelos defensores as pessoas com renda de até três salários mínimos.
Levantamento feito pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) mostra um déficit atual de cerca de 10 mil defensores públicos no País.
Organização das Defensorias
O texto aprovado é o parecer do relator, deputado Amauri Teixeira (PT-BA). Ele apresentou uma correção de redação no texto original e também propôs dar à Defensoria Pública maior poder de organização de seu funcionamento, como a criação e a extinção de cargos, por exemplo.
O texto também estabelece a unidade, a indivisibilidade e a independência funcional como princípios institucionais da Defensoria Pública.
Teixeira acrescentou que a intenção é corrigir falhas na proteção jurídica do Estado ao cidadão de baixa renda, sobretudo em regiões mais pobres. “O cidadão dos lugares menos favorecidos sentem a necessidade de um sistema de Justiça menos perverso e compreende o papel da Defensoria Pública como garantia de sua defesa frente a um Estado, que, até agora, se organiza mais para condenar do que para defender quem é pobre. Vamos garantir acesso à Justiça a um contingente de mais de 150 milhões de pessoas despossuídas”.
Apoio da categoria
A proposta contou com o apoio das entidades de classe dos defensores – Associação Nacional dos Defensores Públicos Federais (Anadef) e Associação Nacional dos Defensores Públicos (Anadep) – e também da Frente Parlamentar pela Defesa e Fortalecimento das Defensorias Públicas Federal e Estaduais.
A coordenadora da frente, deputada Antônia Lúcia (PSC-AC), afirmou que a Câmara entendeu a necessidade dos brasileiros pobres e carentes que enfrentam o poder público. “Esse momento é histórico e quem deve estar sorrindo e celebrando, mesmo, é o povo brasileiro. E esperamos que seja cumprido em um espaço de tempo breve”.
O deputado Bonifácio Andrada (PSDB-MG), que está no nono mandato, também comemorou o aperfeiçoamento institucional da Defensoria Pública desde sua introdução na Constituição de 1988. “Fui um dos autores da emenda, no Plenário da Constituinte, que introduziu a Defensoria Pública na Constituição. E, na hora em que verificamos progresso e aperfeiçoamento nos instrumentos dessa instituição, comemoramos com muita alegria. A Defensoria Pública defende o cidadão não só contra terceiros, mas contra o próprio poder público”.
Tramitação
O texto será analisado agora no Plenário da Câmara, onde precisa ser aprovado em dois turnos de votação.
Íntegra da proposta: PEC-247/2013